quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Um guardião natalino (ou felino)


Do muro da entrada do vilarejo Sallen observava tudo, como de costume. Porém, algo estava diferente naquela noite.  As simples casinhas da cidade estavam diferentes. Todas iluminadas. Decoradas para o Natal. 
Se pudesse Sallen teria sorrido. Ou realmente o fez, não se sabe, estava muito escuro para se ter certeza. E naquela escuridão via-se apenas as luzes de Natal e os olhos azuis de Sallen. Ambos embelezando a noite da vila.  
O felino adorava Natal. Ganhava mais atenção dos moradores. Até quem passava e não afagava suas orelhas era mais gentil nessa época do ano.  A quantidade de comida aumentava. E sempre alguma menininha tentava amarrar laços vermelhos no pobre gato, que por educação, os mantinha em seu pescoço até que a criança saísse de vista.
Sallen sempre preferiu comida e carinho a laços de fita. Nada pessoal, ele só não gostava. Guisos também não eram do seu agrado. Ratos gordos e passarinhos bem nutridos, tudo bem. Estes estavam no topo da lista dos presentes de Sallen.
Não que o gato pedisse algo. As pessoas do vilarejo gostavam dele. E o amor delas era tão grande que transbordava em forma de agrados ao felino de pelo escuro. E Sallen, por sua vez, sempre amou e protegeu aquele pequeno lugar.  E as pessoas que viviam nele.
Portanto, naquele Natal não seria diferente. Com ou sem ratos gordos, laços e passarinhos, o bichano faria seu trabalho. Mas, se sobrar um pedacinho do peru, pode mandar, viu? Sallen não se ofenderá.  

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