-Seu presente- disse Pedro estendo um embrulho para Alice.
-Ainda não é Natal, Pedro. Ainda bem que te comprei um
calendário de presente- disse Alice, porém não hesitou um segundo antes de
agarrar o pacote.
Começou a rasgar o papel colorido. Rindo. Ao presente
ser revelado, porém, o sorriso sumiu.
-Que foi?- perguntou Pedro, olhos arregalados. Um sorrisinho
se escondendo no canto dos lábios
-Meias? Meias vermelhas? É sério?- o rosto de Alice tinha
murchado.
-Você não perdeu uma certa meia vermelha esses tempos, Al?
-Não me chama de “Al” – bufou a jovem com o rosto da cor da meia que segurava- E eu perdi sim, a maldita da
meia. E por sua culpa...
-Não lembro- devolveu Pedro
-Cala boca.
Alice ficou de expressão fechado por mais dois segundos.
Depois, vestiu as meias três quartos. Suspirou.
-Droga, elas ficaram legais...
-Ninguém mais usa meias três quartos, Al.
-Então por que você me deu?
-Porque você não é como as outras- sorriu Pedro.
-Ah, Pedro... Que ensaiadinha essa cantada, parabéns.
Ele bufou.
-Isso funcionaria com outras gurias.
-Eu não sou “as outras gurias”.
-Realmente.
Alice não era como as "outras gurias" mesmo. Nem Pedro era
como os outros caras. Por isso eles se davam tão bem. Por isso meias, no fim
das contas, eram um bom presente. Por isso, não importava quantos pares de qualquer
coisa os dois perdessem, eles sempre ficariam juntos. Nesse e muitos outros
Natais.
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