segunda-feira, 30 de junho de 2014

Agradecimentos

Ninguém é uma ilha e eu sinto saudade de você.
Ninguém é uma ilha e tu, Pedro, é a minha ponte. Minha chave. Minha fonte.
Obrigada Pedro por não me deixar ser uma ilha. Por ser meu castelo. Minha vida. Meu príncipe.
Obrigada, Pedro, por tudo. Por enquanto. Aos poucos eu te agradeço pontualmente, por cada coisa especificamente.
Pessoalmente.
Obrigada, Pedro.
Eu te amo, Pedro.
Boa noite.
Pedro.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Amanhã

Hoje te deixo meu boa noite virtual. De longe. De telefone. De mensagem de texto. Hoje deixo meus desejos de estar contigo bem por perto. Deixo tudo isso, mas deixo pra logo. Deixo pra amanhã.
Amanhã te dou meu boa noite. Amanhã te entrego meu abraço. Meu desejo de boa manhã. Bom dia. Boa vida.
Me entrego.
Por hoje é boa noite. O resto, o resto a gente vê amanhã.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Conjugando sorrisos

Tua risada era o melhor som daquela noite em que a chuva pingava na janela embaçada. Tua risada era a coisa que mais se ouvia naquela casa. Tua risada era e é a coisa que mais me faz rir no mundo.
Tua risada é o melhor som do mundo. Em qualquer lugar. Em qualquer dia. Tua risada é a coisa mais linda que se pode ouvir. Na tua casa, na minha, na nossa.
Tua risada, te fazer rir. Tu.
Eu.
Nós.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Do que era amargo

Anna foi pegar um café na cozinha para esquentar o coração e lhe fazer companhia. Edgar havia viajado há duas semanas e ficaria mais três dias fora de casa. Da casa que ficava meio vazia e sem sentido sem ele.
Anna vagava por ali fazendo os cabelos de fogo dançarem no cinza da saudade que pintava a sala, o quarto, a cama. Seus olhos de grafite analisavam cada detalhe, cada móvel, cada lembrança imóvel de Edgar. Suspirou de saudade e bebeu um gole bem quente do café amargo. Amargo e quente pra vê se adoça o coração.
-Mais amargo que isso só a saudade do Edgar- murmurou pra xícara de porcelana.
-Saudade de quem? - perguntou o causador da falta de sorrisos no rosto de Anna.
-Edgar!
-Eu!
-Ai, que saudade - ela disse se jogando nos braços dele.
Beijaram-se. Mataram a saudade um do outro. Bem devagar. Bem sem pressa. Agora Edgar estava em casa e o café não era mais sozinho. Não era mais amargo, por menos açúcar que tivesse.

sábado, 21 de junho de 2014

Sobre sonho e realidade

Depois de uma. Duas? Três? Taças de vinho Valentina começou a se sentir sonolenta. Largou o livro de lado e pediu licença para o autor e seus personagens, que poderiam muito bem ser seus velhos amigos, para se esticar no sofá. Tava friozinho e parecia que o fogo murmurava alguma dessas cantigas de ninar. Os olhos foram fechando, os músculos relaxando e a vontade de se entregar para os sonhos foi chegando, chegando...
E ficando.
No outro dia eram as brasas do fogo. O gosto de vinho tinto na boca, o livro que cansara de esperar e se jogara no chão e o resquício bom de um sonho. Um sonho que tivera vinho, beijo e abraço. Todos doces. Todos vindos do mesmo alguém.
Que de sonho tem muito. Mas graças a Deus é feito de realidade. E está sempre ali. Para quando Valentina precisar, em sonho, ou com os olhos bem abertos.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Lembrete

Querida Valentina,

Te vi passando hoje e senti falta de algo em você, algo que eu sempre vejo te acompanhando. Algo que tu vestes muito bem e que combina contigo. Sabe do que eu estou falando, não é? Nunca o deixe de lado, tá? Promete? Por mim?
Sorria, Valentina! Sempre que possível. E que seja possível sempre.

Da amiga,
Valentina.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Calor

Enquanto Milena se balançava na cadeira de sua bisavó, acomodada na varanda, Antônio saiu da casa resmungando.
-Tá frio, mulher. Pega teu xale- disse o marido oferecendo um pedaço de tecido cinza para a esposa.
-Grata – respondeu Milena e se embrulhou bem.
Antônio ficou por ali mais um naco de tempo. Observando a mulher que a vida lhe dera.
-Tu é linda, sabia?
-Depois de mais de vinte anos de casados?
-Mais linda até, minha querida.
-Grata – respondeu novamente Milena.
-Te amo, sabia? – perguntou Antônio.
-Depois de mais de vinte anos de casados? – perguntou Milena.
- Amo mais até, minha querida. Mais até.
-Grata – disse Milena – é recíproco.
E então os dois se abraçaram e Milena pode sentir o calor do xale.
Do casaco e do coração do seu marido. 
Do seu Antônio.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Ainda bem

Mariana não seria Mariana se não fosse os cabelos negros e longos. Se não fosse a pele clarinha, se não fosse os lábios vermelhos e carnudos. Mariana não seria Mariana se não gostasse tanto de bergamota, de andar a cavalo. Mariana não seria Mariana se não gostasse tanto da estância, de tomar Sol no Inverno, de ler na frente da lareira, de fazer bolo de milho. Mariana não seria Mariana se não fosse toda a delicadeza que tem nos gestos, o sorriso largo que tem no rosto e a inteligência que se vê de longe no brilho do olhar.
Mas ainda bem que Mariana é Mariana. Com todas as nuances e características que tem. Ainda bem que Mariana é Mariana e que Rodrigo a encontrou em tempo de poder conquistar seu coração.
Porque Mariana não seria Mariana se não tivesse aquele coração tão lindo e generoso.
Um coração tão grande e tão de Mariana que abrigou Rodrigo dentro dele.
Ah, ainda bem que Mariana é Mariana.
E ainda bem que Rodrigo a encontrou em tempo. Em tempo dela o aceitar.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Com

Cobertas, ameaça de chuva e o tempo esfriando lá fora. Dentro de casa o calor humano e o gatinho miando. A televisão ligada e ela meio dormindo, meio acordada. Sonhando com o que a tela mostra pra quem ali passar, ou não. Sonha com o gatinho miando para entrar embaixo das cobertas. Sonha com o filme de ação, sonha em baixar o volume da tv, sonha em dormir um pouquinho mais. Sonha em dormir acompanhada. Sonha com ele.
Sonha com você.
E, ás vezes, quando tem sorte, acorda acompanhada. Com um sorriso.
Com você.


sexta-feira, 6 de junho de 2014

Pequenas ou grandes dúvidas

E se tivesse levado guarda-chuva? E se ela não tivesse pego aquele livro? E se não tivesse dado tempo de ir para biblioteca? E se tivesse acordado mais tarde? Ou mais cedo? Se não tivesse pego aquele ônibus? Para aquela cidade? Aquele dia? Se não tivesse ido para o setor financeiro? E se não tivesse descoberto que delícia é um chocolate quente?
E se soubéssemos quais pequenas decisões, na verdade, não gigantescas?
E se no fim das contas todas forem?
E se?

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Sonho amanhecido

-Traz as berga e vem pro Sol lagartear comigo- chamou Rodrigo.
Então Mariana foi. De vestido branco e de casaco de lã preto. De botas. Sorrindo. Sorrindo e de trança no cabelo.
Pegou uma bergamota da mão de Rodrigo e sorriu. Ah, o sorriso de Mariana!
Ah, o sonho de Rodrigo...
O rapaz acordou. Chovia. Não tinha Sol. Nem bergamota. Nem Mariana.
Não hoje. Mas quem sabe amanhã.
É, amanhã.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Só o começo

Junho veio friolento. Veio com fogo na lareira e com gatinho no sofá. Enrolado na manta. E na manta a moça, com o livro e o chocolate meio amargo. E o chimarrão que havia terminado e o café que mal tinha sido passado e já havia acabado.
E o crepitar do fogo, no silêncio. E o sono. E o adormecer aconchegada no sofá. E acordar no outro dia. Com uma dorzinha no ombro. Mas uma baita alegria no coração. Porque o frio estava apenas começando. O mês apenas começando.
E seu coração cheio de calor. E cada vez mais. A cada mês que vem.
E a cada mês que vai.