domingo, 9 de dezembro de 2012

O vestido emprestado


Foi um tiro no peito que fez o vestido branco manchar-se de vermelho. "Maldição", pensou Elaine antes de desmaiar. O vestido era emprestado. Morreria com um vestido que não era dela. E que ela havia manchado. E não poderia lavar, porque estaria morta. Ah, meu Deus! Morta. Mortinha. "Estou morrendo", concluiu Elaine. E de repente o vestido manchado e emprestado ficou em segundo plano.
Mãos seguraram o tecido branco, puxaram Elaine. Um som estranho surgiu. "Deve ser a sirene da ambulância". Tudo ficou embaçado. Depois tudo ficou preto.
Ao acordar Elaine não estava mais manchada de sangue. Vestia uma camisola branca. Branca e emprestada.
Calma, Elaine. Algumas coisas demoram mesmo para mudar.

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