quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Sobre chuva e saudade


Achei que fosse seus passos na escada. Descendo lentamente. Vindo me fazer companhia. Pensei ouvir os sons dos seus pés caminhando na minha direção. Mas estava enganada. Era só a chuva. Pingos barulhentos, tão diferentes das tuas passadas. Como pude me enganar?
-Vai ver é saudade- conclui em voz alta enquanto puxava o edredom até o pescoço.
E o único remédio de pronta entrega para saudade era o sono. Fechei bem meus olhos. Até sentir que os cílios superiores emendavam-se com os inferiores. Talvez eles não se separassem mais. E eu não precisasse abrir meus olhos e ver o lado esquerdo da minha cama e do meu peito vazios.

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