segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

James e Elise, Elise e James

Madame Elise levou a xícara de porcelana até seus lábios rosados. Saboreou o chá quente, lentamente.
-Delicioso, James- ela sorriu.
O mordomo, de luvas impecáveis, fez uma pequena mesura.
-Obrigada, madame. São de ervas da sua horta.
-Sua horta, James- corrigiu gentilmente Elise- Eu não faço nada por ela. Quem cuida de tudo é você.
O mordomo sorriu e retirou-se.
Madame Elise estava sozinha. Olhou para a imensa sala. Vazia. Do que ela valia, afinal? Quanto custara todo aquele mármore? Suspirou. Ninguém respondeu. Afinal, pedras, por mais caras que sejam, não falam. Um sorriso tristonho surgiu em seus lábios finos.Ela tinha James, que era mais que um amigo, mais que um amor. Que vestia aquele uniforme de mordomo por mera formalidade.
De repente, o sorriso de madame Elise cresceu. E, como por encanto, deixou de ser triste.
James tinha voltada para sala. As cores da sala tinham se tornado mais vivas. O mármore parecia ter aquecido e, finalmente, cumprido seu dever de embelezar o local.
Agora, tudo estava bem. Tudo fazia sentido.

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