segunda-feira, 24 de junho de 2013

Pra ti, Pedro

Por trás dessa cortina cinza são teus olhos verde grama que me alegram, Pedro.
Nunca fui de te escrever, nem tem essa necessidade, posso te ligar e em dois minutos estou aí, abraçada contigo. Mas, eu não sei, essa chuva e essa distância me fizeram pegar a caneta e um pedaço de papel. Eu não vou te mandar essa carta, Pedro. Até porque, em dois dias tu estás aqui de novo, comigo. Mas, como eu disse, deve ser essa chuva que me deixou molenga. Vou escrever só para cansar a mão, gastar a tinta e a saudade. Depois guardo essa folha num caderno, num livro.
Essas linhas não tem função pra ti, Pedro. Só me servem para imaginar teus olhos e tua boca. Servem para ocupar minha mente vazia, antes que ela vire oficina do diabo. Servem para encurtar a espera. Para esquecer desse chuvisco rabugento. Não gosto de chuva indecisa, tu sabe, Pedro.
Vê se volta logo, a tinta e o papel estão acabando.
Volta logo e enche de verde esse meu dia cinza.

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