terça-feira, 4 de junho de 2013

Parede

A parede branca ficou constrangida. Não sabia o que fazer com aquela moça. Ela chorava tanto, recostada ali. Os ombros da pobrezinha sacudiam e as contas se batiam contra a pedra fria.
A parede não sabia o que fazer, estava agoniada, não tinha braços para abraçar, olhos para consolar. Então, ficou ali, impassível, gelada. Vendo a jovem chorar, sofrer, quebrar-se.
A garota e a parede ouviram passos. A garota fechou a porta e cessou o choro. A parede permaneceu em silêncio. Os passos foram embora. O choro voltou. Foi embora. Voltou. Foi embora. Então, a garota também foi-se. E a parede continuou ali, impedida de ir para onde queria. Abraçar quem precisava. Teria chorado, se fosse possível para uma parede chorar, mas não era, então ela ficou ali, fazendo o que lhe cabia. Silêncio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário