Chegou em casa e largou bolsa em um canto do sofá. Chave na mesa de centro e o corpo cansado no sofá florido. Quando quase adormecia sentiu uns pesinhos percorrerem seu corpo, suas pernas e depois a barriga. E aí um som
engraçado de motorzinho começou baixo e foi crescendo. Prrrrrrrrr!,
fazia o gatinho para receber a dona.
-Olá, gracinha.
-Mio.
-Tudo certo por aqui?
-Miiio. Miiio. Miiiiiiiiiau!
-Ora, também senti tua falta.
E
aí ela apertou o gato até ele gemer baixinho. Ela o soltou, assustada.
Mas ele logo se aconchegou novamente na barriga da dona e começou a
ronronar como se não houvesse amanhã.
E assim os dois ficaram.
Dona e gato, matando a saudade um do outro. Humana e animal. Dois
amigos. Dois companheiros. Para vida toda. Ou para sete delas.
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