segunda-feira, 14 de abril de 2014

Vem, Mariana

Já teve pinhão aqui na estância, Mariana, agora só falta você. O pai fez uns na panela de pressão enquanto a mãe cevava o chima. Tu sabe, né? O pinhão do pai é bem melhor que o da mãe, mas Deuzulivre tu dizer isso pra ela. Deixa quieto, Mariana.
Tu sabe também, Mariana, que essa carta aqui não é pra contar nem de mate nem de pinhão. É pra contar de saudade. Pra contar que eu tô contando os dias, Mariana. Quando tu vem de novo? Aproveita o frio. Aproveita as cobertas que são mais grossas por aqui. Aproveita que eu tô aqui, Mariana. Vem que eu te esquento com meu abraço.
Vem, Mariana. Não tem carinho que não derreta saudade e aqueça coração.
Vem, Mariana. Se não vem por mim, vem pelo mate, vem pelo pinhão. Mas, vem Mariana. Eu te espero na varanda. Pronto pra te receber. Com a cuia na mão. E a saudade no peito.

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