quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Válido

Aquelas prateleiras de madeira sempre lhe chamaram. Feitas de madeira muito escura sustevam o peso de muitas histórias. Páginas e páginas de vidas. Vivida ou apenas inventadas. Ela amava aquelas prateleiras. Aqueles livros. O cheiro daquela sala antiga, gasta pelo tempo.
Sentou-se na poltrona vermelha, de veludo gasto e ficou a recordar. Tinha vivido, lido e relido tanto. As costas arqueadas e os olhos cansados eram vestígos disso. O sorriso tranquilo e alma leve eram a certeza disso.
Certeza de que aquelas praleteiras de madeira escura valeram a pena, que as histórias que elas guardam valem a pena. Que a vida dela, apesar de muitos discordarem, valia a pena.

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