segunda-feira, 6 de maio de 2013

Noites

Como a noite em que Valentina parou na escada. Que demorou para apagar a luz do quarto. Que ficou sozinha no escuro.
Que mordeu o lábio, que fingiu que não chorava, que entrou no quarto rindo. E que fingiram que acreditavam no sorriso dela.
Como a noite em que Valentina pediu colo, pediu ombro, ganhou carinho. Gargalhada. Covinhas. e foi embora com a alma um pouco mais leve. Porque deixara o choro embaixo da cama. Porque as lágrimas foram embora. Porque ela não precisava ficar no meio da escada. Porque ela podia apagar a luz do quarto sem medo. Porque, no fim, ela não estava sozinha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário