sexta-feira, 24 de maio de 2013

A dança

De repente começou a tocar a versão de Sway daquele seriado que Alice tem vergonha de admitir que assiste. Ela sorriu, quais eram as chances disso realmente estar acontecendo? Pegou Pedro pelo braço e o arrastou para o centro do salão. Eles precisavam dançar. Ela precisava dançar.
Aliás, era comum Alice ouvir elogios do tipo "você parece flutuar na pista", "você faz parecer fácil". Ela sempre agradecia com um sorriso educado. Apenas ria, não dizia nada. Porque sabia que não os merecia. O mérito era todo de Pedro. Toda leveza e técnica vinham dele. Toda segurança de Alice, vinha de Pedro. Dentro e fora da pista de dança.
Alice só tinha o ritmo correto nas mãos de Pedro. Só não tropeçava nos próprios pés enquanto estivesse nos braços dele. E ela sabia disso. E ele suspeitava disso.
E enquanto a música estivesse tocando não haveria problemas nem dúvidas.
A questão é que a música precisava terminar. E Alice rezava, para que no fim, os braços de Pedro ainda estivessem em sua cintura.

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