Senti aquelas patinhas macias passeando pela cama e de
repente seu ronronar encheu o quarto. Tentei me conter, mas foi impossível. Um
sorriso brotou em meus lábios. Jaffar viera me ver.
-Miau- ele cumprimentou, com seus olhos verdes brilhando em
meio a penumbra do meu quarto.
-Olá- respondi puxando-o para perto de mim.
-Grrrrrrrr- reclamou o bichano e depois voltou a ronronar,
aconchegado ao meu lado.
O resto da manhã passou voando .E quando percebi já eram 10h e
tive que enxotar Jaffar educadamente, se isso é algo possível.
O gato pulou da cama, mal humorado, e saiu rebolando do
quarto, o rabo, de persa alaranjado, ondulando pra lá e pra cá.
Cinco minutos depois, eu saia apressada do quarto e lá
estava Jaffar. Sentado na poltrona da sala, os bigodes pingando. Sujos de
leite. Não olhei fixamente nos olhos
dele, obviamente. Porque se o fizesse me derreteria e me jogaria no sofá ao
lado, para poder acaricia-lo e cuidá-lo o dia inteiro.
“Eduarda, solta esse gato um minuto, por favor!”, é uma das
frases (entre variações) que mais escuto desde que essa coisa felpuda e
alaranjada entrou na minha vida. Vocês
me entenderiam se conhecessem Jaffar e seus olhos verdes, sua carinha alaranjada e
seu rebolado felino.
O dia que você, caro leitor, por seus olhos em Jaffar você
irá me entender. E tudo fará sentido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário