sábado, 20 de abril de 2013

Sobre flores de domingo

Os dois se conheceram quando Elvis Presley ainda lançava discos e requebrava nos palcos da terra do Tio Sam.  Ela tinha um lenço vermelho no pescoço e ele aquele sorriso atrevido, escondido no canto da boca. 
Dançaram a noite toda. A desculpa perfeita para ele segurar a mão macia dela. A melhor forma que ela encontrou para ver de perto os olhos escuros dele. Ela ainda lembra o que ele lhe disse no pé do ouvido. Ele não. Talvez lembre que ela sorriu. Porque o sorriso dela valia a pena ser lembrado, em qualquer situação.
O namoro foi longo. O noivado curto. O casamento durou uma vida.
Ele sempre levava flores para ela. Ela as colocava em um vaso de porcelana antigo. Agora isso mudara.
Ela que levava flores. Todos os domingos.  E ele não tinha onde guardá-las. Nem como agradecê-las.

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