Alguns diziam que foi sorte. Alice acreditava em algo maior. Volta e meia ela pensava que era destino. Pedro concordava, apesar de nunca terem discutido o assunto. Eles tinham essa mania, de concordarem em silêncio. De se afirmarem com os olhos.
Concordavam com as cores das paredes e da cortina. Concordavam com a disposição dos móveis. Concordavam que piso do banheiro era muito feio. Concordavam. Quase sempre. Discordavam também, é claro. Mas concordavam que discordavam poucas vezes.
Alguns diziam que isso era sorte. Pedro acreditava em algo maior. Volta e meia ele pensava que era destino. Alice concordava.
sexta-feira, 29 de março de 2013
quarta-feira, 20 de março de 2013
Chá de veludo
A xícara era branca e delicada. Feito ela. O chá quente desceu macio na garganta como veludo. Ela fechou os olhos porque assim tinha sensação que poderia saborear melhor as frutas vermelhas. Sorriu. Que delícia!
Fazia frio e Valentina usava a xícara de porcelana como luva, aquecendo os dedos e, aos poucos, o corpo inteiro.
Sorriu de novo. Mais um gole. Outro sorriso. Outra delícia.
Suspirou, pois lembrou de alguém. Foi dormir sorrindo.
Fazia frio e Valentina usava a xícara de porcelana como luva, aquecendo os dedos e, aos poucos, o corpo inteiro.
Sorriu de novo. Mais um gole. Outro sorriso. Outra delícia.
Suspirou, pois lembrou de alguém. Foi dormir sorrindo.
terça-feira, 19 de março de 2013
Marcas
Olhou-se no espelho. Tirou os fios de cabelo molhado do rosto.
Sorriu e as viu. Duas delas. Uma em cada lado da boca. Marcas de expressão.
Marcas de riso, as mais belas.
Seu sorriso cresceu. Passos os dedos pelas linhas finas. O
esmalte vermelho combinando com o tom dos lábios. Continuou sorrindo. Os olhos brilharam ao
lembrar de quem deixava seu rosto marcado, no bom sentido, claro. Os responsáveis eram muitos e ela agradecia
por isso.
Seu sorriso ganhou uma nova cor ao lembrar-se de alguém que
contribua com ele todos os dias. Viu as linhas aprofundarem-se e expandirem-se.
Achou engraçado. Não conseguia parar de rir. Não conseguia deixar de marcar-se.
Ela sorria marcas de expressão. Ela sorria marcas de riso.
As mais belas.
quinta-feira, 14 de março de 2013
Para os dois
Ela adormecera sobre o livro. Os cachos vermelhos contrastando com a capa azul.
-Alice?-chamou Pedro.
Nenhum movimento. A respiração continuava calma. Adormecida. Pedro parou para observá-la. Jogada sobre a mesa e o livro. Um pouco torta. Talvez sua coluna fosse doer quando despertasse, mas ela estava linda. Realmente linda. Com o braço direito esticado para frente.
Ele contornou a mesa e caminhou em direção aos dedos alvos da moça. Acariciou. Um a um.
-Olá- disse Alice abrindo os olhos, a voz ainda rouca e sonolenta - O que está fazendo?
-Vendo minha bela adormecida, adormecer- respondeu Pedro, indo em direção aos lábios de Alice.
-Boa resposta- sorriu ela.
Pedro sempre sabia o que dizer para Alice. E Alice sabia que Pedro sabia. Então, nada de surpresas. Apenas o de sempre. Mas, mesmo assim, continuava sendo maravilhoso.
Ao menos para os dois.
-Alice?-chamou Pedro.
Nenhum movimento. A respiração continuava calma. Adormecida. Pedro parou para observá-la. Jogada sobre a mesa e o livro. Um pouco torta. Talvez sua coluna fosse doer quando despertasse, mas ela estava linda. Realmente linda. Com o braço direito esticado para frente.
Ele contornou a mesa e caminhou em direção aos dedos alvos da moça. Acariciou. Um a um.
-Olá- disse Alice abrindo os olhos, a voz ainda rouca e sonolenta - O que está fazendo?
-Vendo minha bela adormecida, adormecer- respondeu Pedro, indo em direção aos lábios de Alice.
-Boa resposta- sorriu ela.
Pedro sempre sabia o que dizer para Alice. E Alice sabia que Pedro sabia. Então, nada de surpresas. Apenas o de sempre. Mas, mesmo assim, continuava sendo maravilhoso.
Ao menos para os dois.
terça-feira, 12 de março de 2013
Companhia
Valentina jogou os cabelos molhados no travesseiro. Pegou seu livro de páginas amareladas e o abriu. Capítulo 5, "Eu não te interpretaria errado, meu bem, nem se eu quisesse...". Lembrou de alguém. Sentiu saudades. Remexeu-se na cama. "Concentre-se, Valentina!", pensou. Mais duas linhas. Mais saudade. Bufou. Mais lembranças. Remexeu-se novamente. De repente, a cama era desconfortável, o espaço pequeno, e ali não parecia ser o lugar onde ela deveria estar. Tentou ler mais um pouco. Não conseguiu. Pediu desculpas mentalmente ao autor da obra.
Mas, o que ela poderia fazer? Ele não era o cara com quem ela gostaria de estar agora.
sexta-feira, 1 de março de 2013
O melhor
Infelizmente ainda não conheço teu abraço. Mas posso afirmar que é o melhor. O que me faria sorrir com uma facilidade vergonhosa. Aposto que me sentiria protegida, não é? Amada, querida, todas essas coisas. Só com o teu abraço, que deve ser o melhor. Precisa ser o melhor.
Porque você é o melhor.
Porque você é o melhor.
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